terça-feira, 3 de maio de 2011

O uso do RPG como objeto de aprendizagem

1.      O que é um “objeto de aprendizagem”?

“Qualquer entidade, digital ou não, que pode ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o processo de aprendizagem que utilize tecnologia” (IEEE, 2000). Para Audino, objetos de aprendizagem "são recursos digitais dinâmicos, interativos e reutilizáveis em diferentes ambientes de aprendizagem elaborados a partir de uma base tecnológica. Desenvolvidos com fins educacionais, eles cobrem diversas modalidades de ensino: presencial, híbrida ou a distância; diversos campos de atuação: educação formal, corporativa ou informal; e, devem reunir várias características, como durabilidade, facilidade para atualização, flexibilidade, interoperabilidade, modularidade, portabilidade, entre outras.
Desenvolvidos com fins educacionais, eles cobrem diversas modalidades de ensino: presencial, híbrida ou a distância; diversos campos de atuação: educação formal, corporativa ou informal; e, devem reunir várias características, como durabilidade, facilidade para atualização, flexibilidade, interoperabilidade, modularidade, portabilidade, entre outras.

2.      O que é um RPG?

RPG é a sigla para Role-Playing Game que pode ser traduzido como “jogo de interpretação de papéis”. Diferente da dramatização comum em que trama, personagens e ações já estão pré-definidos, o RPG é uma história narrada por um jogador específico (normalmente chamado de “Mestre” ou “Narrador”) e seu desenvolvimento se dá através das ações dos personagens criados pelos outros jogadores, o jogo é, assim, uma criação coletiva. (BOTREL; DEL DEBBIO, 1999) 

Uma característica importante do RPG é que não há perdedores ou vencedores. As histórias são baseadas em tramas e enigmas a serem desvendados pelos jogadores, e para que isso ocorra, é necessário um bom trabalho em equipe. Portanto, além de estimular a cooperação em grupo, o RPG também auxilia na perda de inibição, desenvolvimento da espontaneidade, criatividade e raciocínio para improvisações, uma vez que o jogador é levado a descrever suas ações de maneira clara e dramatizada. 

Cada participante cria seu personagem montando uma ficha, anotando nela suas habilidades. As situações relatadas pelo Narrador, nas quais os jogadores terão que realizar ações passíveis de  falha, são resolvidas, normalmente, por meio de dados onde um valor pré-determinado nas regras garantirá o sucesso ou fracasso da ação. Isso é utilizado para manter maior senso de realidade, garantindo imprevisibilidade no decorrer da história e não tornando as ações demasiadamente simplistas.

Há também os personagens criados pelo narrador. São personagens auxiliares chamados de NPC’s (sigla para None Player Characters) ou PdM (Personagem do Mestre) que podem tanto participar do grupo imaginário dos personagens, ou desempenhar o clássico papel de vilão, sendo então um estorvo às realizações dos personagens principais.


3.      O RPG nas escolas 

Bem, o uso do RPG nas escolas, principalmente no Brasil ainda é pouco explorado, existem muitos artigos e estudos na área, realizando uma pequena busca na internet, achei até simpósios de RPG e educação (http://www.rpgonline.com.br/noticias.asp?id=1321), entretanto o assunto e vasto e , repito, muito pouco explorado. Contudo, como jogador de RPG, ex-aluno de ensino fundamenta, médio e superior, e atualmente como aluno do Curso de Coordenação Pedagógica, acredito no potencial que o esse jogo de interação e representação tem em proporcionar uma interdisciplinaridade, ratificaçãos e exploraçãode conhecimentos na sala de aula. Lógico que para isso deverá ter uma preparação prévia dos professores das disciplinas propostas para serem contextualizadas na narrativa do jogo, no sentido de relacionar a história fantasia da partida com o conteúdo ministrado em sala de aula. Desta maneira o RPG pode até a ser utilizado com uma ferramenta de Avaliação Formativa.

Um exemplo disso seria uma partida de RPG envolvendo conheciemntos de história, geografia, biologia e filosofia. Uma proposta inicial do tema da narrativa pode ser o descobrimento do Brasil (história) no momento em que os portugueses ancoram em Porto Seguro (geografia) o que encontraram (biologia, fauna, flora, etc) o relacionamento dos “primeiros homens brancos”(portugueses) com os índios aqui encontrados. Onde os personagens históricos seriam os personagens do mestre (PdM ou NPC’s) e outros personagens seriam interpretados por alunos (um explorador português enviado para negociar com um grupo indígina, o chefe de uma determinada tribo, etc)

Assim sendo, a criatividade é o limitador da situação, e o(s) professor(es) como mestre ou narrador do jogo “guiando”os seus alunos a explorar o máximo do contexto apresentado com os seus personagens, corrigindo e/ou explorando atitudes (filosofia) em cada situação vivida no jogo (situação problema) que necessita de uma ação do personagem do aluno. Essa situação problema é o “core” para se explorar todo potencial do contúdo da disciplina.

3 comentários:

  1. Olá Crispim
    Excelente texto! Trabalhar com RPG deve ser demais! Só fiquei curiosa em saber se testou a ferramenta indicada...
    E pelo conteúdo do texto, o leitor certamente ficará muito curioso em ver imagens e videos sobre o tema e principalmente, aprender com a sua prática pessoal. Compartilhe-a sempre conosco!

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  2. Grande Crispim!!
    Parabéns pelo artigo, só senti falta de umas figuras, vídeos, o que deixaria a leitura mais "leve"...risos. Fica aqui a sugestão. Eu particularmente ouço muito falar em RPG mas nunca havia lido nada a respeito. Realmente precisamos de criatividade para enfrentar os desafios. Forte abraço.

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  3. Ferramenta testada e aprovada por mim.

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